Biblioteca da Escola Básica de Miraflores 2016/2017

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29/04/2011

Visita da declamadora Elsa de Noronha

A poetisa e declamadora Elsa de Noronha deslocou-se à Escola EBI de Miraflores, no dia 27 de Abril, para levar a cabo várias sessões de poesia destinadas aos alunos do 3º ciclo, nas quais todas as turmas participaram com entusiasmo.

As turmas do 8º ano abriram as três sessões com poemas ditos colectivamente. Vários alunos do 9º ano estiveram envolvidos na declamação de poemas destinados às turmas deste nível.

Além dos poemas previamente seleccionados pela declamadora foram, ainda, ditos por esta dois poemas da aluna Débora Costa da turma B do 8º ano.

Elsa de Noronha manifestou a sua alegria por voltar à nossa escola, a qual tinha visitado no ano de 1995, através da “Associação Regresso das Caravelas”.

Esta actividade, desenvolvida no âmbito do Plano Nacional de Leitura, teve como objectivo reforçar nos alunos o gosto pela poesia.

Alguns momentos:
                                            
Poemas de Débora Costa

Irmão


O que é um irmão?

É uma alma que iguala a nossa,

um coração que nos vê

de maneiras diferentes.

É aquele que chateia mas ama.

Aquele que não entendes,

chateias,

mas amas.

É aquele que vai estar sempre connosco

venha lá o que vier!

O teu braço direito para tudo,

a tua alma gémea,

aquele que te entende

quando mais ninguém o faz.

E afinal, o que é ter um irmão?

Ter um irmão é ter uma companhia eterna,

é ter uma alma sempre contigo.

É ter o vazio da avareza do coração

preenchido pelo amor e ternura dum irmão.

Vão por mim meus amigos

ter um irmão,

é ter paz no coração!

                                                         
Imaginação

Num papel

desenhei um ponto.

Desse ponto um pincel

e daí um conto.

Vi o mar e o céu

um mundo infinito.

Viajei num chapéu,

mas muito pequenito.

Abri as asas e voei,

fechei os olhos e imaginei.

Li o coração e amei,

compreendi a mente e sonhei.

Sonhei num mundo que era meu

um grão de areia no deserto.

Um todo igual ao teu

é certo.

Num papel

desenhei um ponto.

Desse ponto um anel

e casei um tonto.

Caso tudo que exista,

a menos que seja chantagista

ou vigarista.

Caso futebolistas e surfistas,

mágicos e músicos.

Caso rockeiros e fadistas,

modernos e clássicos.

Num papel

desenhei um ponto.

Assim começa,

assim termina.

Vou pôr as ideias da minha cabeça

de molho em agua cristalina.

Só depois de lavadas

poderei secá-las,

para ficarem preparadas

e só assim poderei decifrá-las.

Muitos sabem no que penso

pois já fizeram o censo.

Outros imaginam que sabem

para ver se me percebem.

Num papel

desenhei um ponto.

Desse ponto um novo papel

e nesse papel

outro ponto.